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sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Série Enfermagem em UTI neonatal - Funções do Técnico de Enfermagem - Parte 2 - "Cuidados Gerais" - Sinais Vitais.
Os chamados "cuidados gerais de Enfermagem em UTI Neonatal" são aqueles rotineiramente realizados pela equipe técnica de Enfermagem "para com todos os bebês internados, salvo algumas exceções e/ou modificações de certos procedimentos para com certos pacientes, conforme prescrição médica e/ou de Enfermagem. Esses "cuidados gerais" incluem:
_ Verificação de Sinais Vitais (Saturação de oxigênio, Pulso ou Frequência Cardíaca, Respiração, Temperatura e Pressão Arterial e aplicação de escala de dor);
_Manter elevação da cabeceira entre 30 e 45 graus conforme prescrição médica;
_Permeabilizar os cateteres de acesso venoso periférico, cateter umbilical, flebotomia ou PICC (quaisquer que sejam que o RN esteja mantendo) conforme prescrição médica e de enfermagem e observar constantemente se não há sinais flogísticos ou de extravasamento no local de inserção dos cateteres;
_Rodízio de sensor de oximetria contínua entre os MMSS e MMII (membros superiores e inferiores respectivamente);
_Higiene oral e ocular dos recém nascidos;
_Mudança de decúbito;
_Higiene perineal e troca de fraldas;
_Pesagem de fraldas e controle de eliminações vesico-fisiológicas;
_Curativo de coto umbilical;
_Banho do Recém nascido;
_Troca de eletrodos e de roupas (ninho) do leito do recém nascido (sempre após o banho ou quando houver necessidade)
_Sempre observar a posição de cânula orotraqueal e das sondas para certificar-se que o RN não está "extubando acidentalmente" ou "que saque a sonda", quando necessário, colocar luvinhas para evitar que o RN saque a sonda gástrica;
_Oferta de dieta por gavagem, sonda-dedo, copinho, ou posicionando o recém nascido em seio materno (conforme prescrição médica);
_ Manutenção do conforto geral do recém-nascido (diminuir luminosidade, ruídos e ter manuseio mínimo agrupando os cuidados);
_Manter ambiente térmico neutro;
Esses cuidados listados acima são os principais cuidados rotineiros de uma UTI neonatal. Vejamos como é a técnica utilizada pela enfermagem para realizar cada um desses procedimentos.
Verificando os Sinais Vitais dos recém nascidos na UTI Neonatal
A rotina de verificação dos sinais vitais em UTI Neonatal costuma ser feita com um espaçamento de horas que varia de 4 em 4, 3 em 3, ou até 2 em 2 horas conforme o caso e a gravidade do recém nascido. Os sinais vitais são aqueles que nos informam sobre como está, basicamente, a hemodinâmica do bebê, e incluem verificar: Saturação de oxigênio, Temperatura, Frequência cardíaca, respiração por minuto, P.A. e verificar qual o nível de dor o RN aparenta naquele momento, através da aplicação "da escala de dor" própria.
Saturação de Oxigênio:
O oxímetro de pulso é um método não invasivo que avalia a oxigenação dos tecidos por meio da espectrometria infravermelha e reflete a saturação de oxigênio da hemoglobina. Nos neonatos, a enfermagem deve colocar os eletrodos nas extremidades (mãos ou pés) sempre, com o eletrodo "aceso com a luz vermelha" em cima da artéria local para que consiga fazer a leitura, o de cima fica alinhado com o de baixo, e envolvem-se ambos com o cobam para mantê-los posicionados. Faz-se o rodizio deste sensor aproximadamente de 3 em 3 horas.
Verificação da temperatura
A temperatura axilar do bebê pode ser verificada com termômetro digital. Antes e após utilizar o termômetro, deve-se fazer sua desinfecção com álcool a 70%. Posicionar o termômetro sob a axila do bebê e esperar que o mesmo "apite" avisando que já chegou a temperatura máxima, verificar e anotar nos controles do bebê. Se o bebê estiver mantendo sensor de pele ou sensor retal, a temperatura será mostrada continuamente na tela do monitor de parâmetros vitais juntamente com os outros sinais vitais.
CONTROLE TÉRMICO
A temperatura central pode ser obtida de forma intermitente por via axilar ou
contínua por meio de sensor abdominal. A temperatura da pele sobre o
fígado tem sido bastante usada como indicador da temperatura central.
(sensor na linha média da porção superior do abdome, estando o recém-
nascido em supino, ou colocar o sensor no dorso do recém-nascido, na
região escapular)
A temperatura periférica pode ser aferida nos membros, mais comumente
nos pés.
Não se recomenda a avaliação da temperatura retal
Faixa de normalidade: 36,5 a 37 °C
Hipotermia:
Potencial estresse do frio (hipotermia leve): temperatura entre 36,0 e
36,4°C
Hipotermia moderada: temperatura entre 32,0 e 35,9°C
Hipotermia grave: temperatura < 32,0°C Hipertermia: temperatura > 37,5°C
Prevenção da Hipotermia:
Manter a temperatura da sala de parto maior ou igual a 25o C
Ligar a fonte de calor radiante antes do nascimento e pré-aquecer os
campos
Recepcionar o recém-nascido em campos aquecidos e colocá-lo sob
calor radiante
Secar e remover os campos úmidos
Uso de gorro de algodão
Cobertura oclusiva com filme de polietileno, polivinil ou poliuretano (< 32 semanas) Uso de saco plástico (<28 semanas) verificando a respiração A respiração do recém nascido pode ser verificada de dois modos: Observando o abdome do bebê para contar (a cada inspiração e expiração uma respiração completa)por 1 minuto (para isso, utilize um relógio analógico). A Frequência cardíaca Observa-se, ou posicionando o estetoscópio na região apical do bebê e contando por um minuto ou observando o valor que aparece no monitor. Lembrando que, para monitorizar o bebê, deve-se colar os eletrodos nas regiões indicadas e sobre eles colocar os sensores de acordo com a indicação do fabricante para que eles façam a leitura e também, deve-se programar o monitor para que este mostre os parâmetros desejados, programe o tipo de modo, o tipo de traçados e os limites que o aparelho deve alarmar como máximo e mínimos para as frequências cardíaca e respiratórias do bebê. A Pressão arterial Utilizar um manguito apropriado para o tamanho do bebê. O manguito deve cobrir dois terços do braço do bebê. Ele mostrará a pressão sistólica (máxima), a diastólica (mínima) e a média (que deve corresponder aproximadamente a quantas semanas o bebê tem.
Série Enfermagem em UTI neonatal - Funções do Técnico de Enfermagem - Parte 1 - "Passagem e Recebimento de Plantão"
Em uma UTI neonatal, são diversas as atribuições do Técnico de Enfermagem, mas, após se paramentar devidamente e realizar a lavagem das mãos na técnica ao chegar na UTI neonatal, podemos dizer que a primeira das suas muitas atividades é receber o plantão do "colega de profissão que termina ali seu turno", para assim, "conhecer" e se "preparar" para assumir os seus pacientes daquele dia.
Definição: a passagem de plantão representa a entrega do seu trabalho a equipe subseqüente. Ela é um instrumento de comunicação importante pois transmite informações sobre a os cuidados realizados aos cliente e família e, também favorece a organização do trabalho (SIQUEIRA, KURCGANT, 2005). Diversas maneiras podem ser adotadas pela equipe para passar o seu plantão, contudo, ela deve ser instituída dentro de critérios ético, legais e que possibilite garantir a continuidade do trabalho.
Antes da passagem de plantão, toda equipe deverá fazer a “finalização” do turno, ou seja:
• Organizar as salas de Expurgo e de Materiais, e esvaziar os hampers e por sacos novos;
• Organizar os prontuários, verificando as anotações e checando as prescrições médicas e de enfermagem;
• Checar se todos os cuidados de enfermagem foram anotados no impresso de Anotações de Enfermagem
– dietas, eliminações e queixas.
• Organizar a sala de procedimentos e posto de enfermagem.
• Organizar o carrinho de emergência e comunicar o secretário da unidade para reposição.
1. Receber e passar plantão, segundo o roteiro Institucional, que costuma conter:
Na Passagem de plantão, o profissional que está passando informa:
a) Identificar o RN dizendo: "este é o RN de (nome completo da mãe)", e conferir na hora os dados "nas duas pulseiras de identificação do RN) e o número do leito. Se forem gêmeos, diz-se: "Esse é o primeiro (ou segundo gemelar) de (nome completo da mãe).
b) Informar se é admissão do dia, se sim, informar o horário da admissão, se o RN veio do Centro de Parto Normal, centro Cirúrgico, Alojamento conjunto ou de casa, trazido pelos pais. Dizer as condições em que ele chegou: o que o levou a ter que internar na UTI Neo: prematuridade, aspiração meconial, necessidade de intubar, entre outros, e já informar o que já foi feito no RN: se puncionou acesso, mostrar o acesso, explicar "a medicação que está instalada já correndo", se não tiver medicação correndo, é importante informar que testou o acesso e que está permeável ou se será necessário puncionar um novo acesso, se for PICC ou cateter umbilical, mostrar como está o acesso e quais medicações estão correndo em cada via. Informar se o RN já tomou banho e o tipo de banho que foi feito, se houve ou não intercorrências, como quedas de saturação durante os procedimentos. Informar o tipo de ventilação que o RN está recebendo: Se VM, mostrar os parâmetros do ventilador, se Cpap, se cateter de O2... se o RN mantém sonda oro ou nasogástrica, se aberta ou fechada, e, se for fechada, informar quanto e tipo de dieta que o RN está recebendo. Informar também se há exames para serem colhidos no próximo horário e quais são e há medicações para instalar já no início do próximo horário. Comunicar sobre o equilíbrio hidreletrolítico (perdas e ganhos do RN) se apresentou diurese e fezes e em que quantidade e aspecto, se manteve-se estável de modo geral. É importante comunicar efetivamente o máximo de informações possíveis para que o profissional que chega pra assumir seu plantão possa preparar-se para assumir os cuidados sem causar prejuízos na assistência do paciente.