sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Medicação na Sala de Parto - Introdução

        Nos cuidados ao RN a maioria das medicações são administradas por via EV, mas há também aquelas que são administradas pela via IM e outras. Antes de falarmos diretamente da administração das medicações, vejamos algumas considerações importantes sobre os cuidados e a fisiologia do neonato.
       
 Na recepção do RN em sala de parto: 
        Todo "um ambiente deve estar preparado para recebê-lo, evitando assim perda de calor, asfixia e outras ocorrências que poderão existir caso não se faça uma adequada recepção a esse RN na sala de parto. Para conhecer mais sobre todos os dispositivos da sala de parto, e das medicações click no link:  Reanimação na Sala de Parto

        Na sala de parto, imediatamente ao nascer, o Recém nascido passa pelos seguintes cuidados:


a) Limpeza das vias aéreas superiores: Logo após o desprendimento do pólo cefálico (momento expulsivo do parto), faz-se a limpeza de boca e narinas com compressa estéril ou "pera" manual (parto cesáreo);
b) Pinçamento e secção do Cordão umbilical: O RN deve ser mantido ao nível do introito vaginal ou abdome da mãe, prevenindo assim uma mudança brusca em sua volemia sanguínea.
c) Coleta de sangue placentário: para exame de tipagem sanguínea, Coombs, sorologias, etc, por meio de aspiração direta com agulha, dos vasos fetais no cordão ou na face fetal da placenta.
d) Recepção propriamente dita do RN:  em campos estéreis, aquecidos, utilizando luvas;
e) Aquecimento do RN: Secar o bebê delicadamente, colocando -o em berço de calor radiante para minimizar a perda de calor e em decúbito lateral para facilitar a drenagem das secreções de vias aéreas superiores.
f) Avaliação inicial da vitalidade do RN pelo Boletim de Apgar: no 1o e 5o minutos de vida que avalia  o grau de asfixia do RN a partir da observação das seguintes características: cor da pele, frequência cardíaca, Irritabilidade reflexa (espirros, mímica facial), tônus muscular, esforço respiratório;
g) Ligadura definitiva do cordão: Com clamps plásticos, colocados a cerca de 3 cm do abdome do neonato  cortando-se o excesso;
h) Profilaxia Ocular:  para prevenir a oftalmia gonocócica, por meio do uso da solução de nitrato de prata. A Clamídia, é o agente ocular mais frequentemente adquirido no canal de parto. O nitrato de prata deve ser instilado cuidadosamente uma gota em cada saco conjuntival inferior de cada olho e o excesso de medicação deve ser removido com gase. Os olhos não devem ser lavados com SF 0,9% para não causar queimaduras nos olhos do RN!

Medicação Protocolo em Sala de Parto

Caso o RN nasça bem, sem necessitar de reanimação nem de medicações específicas para essa finalidade, as medicações que são administradas ao RN ainda em sala de parto são:

Vitamina K: preferencialmente antes da primeira hora de vida nos bebês a termo (RNT), 2 mg por via oral ou 1 mg (0,1ml de vitaminaK) por via IM em vasto lateral da coxa (geralmente esquerda); doses menores em RNPT (prematuro) entre 0,5 e 1mg  podem ser considerados.
Mas, para que serve a vitamina K?
        A vitamina K é necessária para a coagulação normal do sangue; o neonato apresenta essa deficiência devido à falta de flora bacteriana intestinal necessária a sua síntese e ao baixo teor encontrado no leite materno, assim, faz-se necessária a sua administração para evitar quadros hemorrágicos no RN, e, se ocorrer essa complicação, a medicação é realizada por via EV.

Vacina contra Hepatite B: até 12 horas de vida, por Via IM, em vasto lateral da coxa direita.


      Os recém nascidos  em UTI neonatal, principalmente prematuros, requerem a infusão de substâncias farmacológicas por acesso venoso durante período prolongado e, as características vesicantes da maioria desses fármacos tornam a punção venosa periférica um procedimento penoso, iatrogênico e estressante, tanto para o recém nascido como para a equipe que com ele trabalha.
        Devido a todas as características dos pacientes da neonatologia, com toda sua fragilidade, veias finíssimas e delicadas, são comuns para a equipe de Enfermagem, os insucessos nas punções venosas  causando atraso na administração de medicações e sofrimento para o RN, o que também contribui para o risco de infecção. Portanto, é necessário conhecer a indicação, as vantagens e desvantagens dos diversos tipos de acesso venoso e também ter treinamento específico para realizar o procedimento em recém nascidos, principalmente nos prematuros para evitar maiores riscos a esses pacientes.

Características dos recém nascidos importantes na escolha do Acesso Venoso para infundir medicações EV


        Os recém nascidos apresentam algumas características peculiares que as diferem da população adulta. Idade, superfície corpórea dos RN's mostram aspectos específicos que precisam ser conhecidos pela equipe de Enfermagem e multidisciplinar que cuida dos neonatos. Portanto, pode-se estabelecer que há características do RN inerentes a sua idade gestacional ao nascer e as que podem ter sido consequência, local ou sistêmica da presença de dispositivos intravasculares.

Os seguintes fatores podem dificultar a punção venosa nos recém nascidos, principalmente os prematuros que precisam ficar internados em UTI neonatal:

Palidez acentuada: é um dado importante que pode indicar hemorragia.
Cianose de extremidades: é comum em prematuros devido à má circulação periférica, respondendo positivamente ao aquecimento.
Equimoses: São frequentes, sendo suas localizações dependentes do tipo de apresentação do RN no período expulsivo do parto.
Edema: É geralmente localizado, pode ser notado em mãos e pés ou em outra parte do corpo e diz respeito ao tipo de apresentação obstétrica, regredindo em alguns dias.
Resistência capilar: O recém nascido a termo apresenta resistência capilar satisfatória, ao passo que prematuro tem fragilidade.

Para maiores informações sobre cuidados de Enfermagem em Neonatologia, indico o site do Tec Saúde, link Material Didático, Livro do aluno Neonatologia de Risco e Videoaulas de Neonatologia de Risco.


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